Depois do forte desempenho em 2021, o melhor desde 2013, a indústria brasileira do aço vai revisar para baixo as estimativas para este ano. As novas projeções devem ser conhecidas nas próximas semanas, e levar para terreno negativo sobretudo a perspectiva para vendas internas.
“Estamos revendo os números”, disse o presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO de Aços Longos e Mineração Latam do grupo, Jefferson De Paula, que tomou posse ontem como presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil.
A entidade projetava alta de 2,5% nas vendas internas e de 2,2% na produção de aço bruto em 2022, com expansão de 1,5% no consumo aparente. No ano passado, as siderúrgicas brasileiras produziram 36 milhões de toneladas de aço bruto e 26 milhões de toneladas de produtos laminados, embaladas por vendas domésticas e exportações robustas.
Conforme o executivo, com expansão de 23% no consumo aparente, 2021 foi “extraordinário”. Por isso, o ano em curso certamente será de ajuste, embora o setor venha com bom desempenho até o momento. “2022 vai ser um ano muito bom para a siderúrgica brasileira”, disse, em conversa com jornalistas.
Para o presidente executivo do instituto, Marco Polo de Mello Lopes, mesmo que as vendas internas recuem 7% – esse índice ainda não é o oficial -, o ano em volume estaria 4% à frente do desempenho médio anual visto na última década. “2021 subiu demais a base. Qualquer que seja o desempenho em 2022, haverá decréscimo”, disse.
Os executivos lembraram que a indústria prevê investimentos de R$ 52,5 bilhões em quatro anos até 2026, entre expansão de capacidade, modernização e melhora de mix e competitividade.
A aposta em mais produção, a despeito da ociosidade superior a 30%, reflete a confiança de que o consumo de aço no país pode dobrar nos próximos dez anos, apontaram.
Atualmente, enquanto o consumo per capita de aço no país gira em torno de 125 quilos por ano, a média mundial está em 230 quilos por habitante/ano. “A meta do instituto é dar suporte para crescimento do Brasil e do consumo de aço”, disse De Paula.
De acordo com Lopes, a elevada taxa de ociosidade comprova que o problema na indústria não é de oferta, mas de demanda.
“Temos de exportar para melhorar o grau de utilização de capacidade que hoje é de 68% ou 69% e todos sabem que deveria ser acima de 80%”, comentou. Para o setor, a exportação é relevante, embora o mercado interno seja a prioridade. “Vamos trabalhar junto com os governos para que a gente caminhe com as reformas estruturantes que vão ajudar o Brasil a crescer, sobretudo a reforma tributária e a administrativa”, comentou De Paula.
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This post was published on setembro 26, 2022 9:33 am
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